segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Podia ser pior...

Depois da minha desastrosa aventura de trocar o móvel, à noite é que foi o bonito...
Costuma-se dizer que a quente tudo bem, o pior é depois...

Era meia noite e eu já chorava com dores, preferia ter outra Catarina sem epidural, a continuar assim. O meu marido saiu do hospital, veio-me buscar ( senti-me sempre uma parva quando é preciso um transporte para qualquer lado e eu não posso fazer nada, mas desta vez mesmo que quisesse iria ser difícil conduzir), voltámos para o hospital.
O médico ainda se riu por estar ali áquelas horas com um acidente doméstico. Mandou-me fazer um raio-x, e depois diz-me:

- " Deve ter ai umas belas dorezitas... O osso não está fracturado mas foi esmagado, a unha não está má."

Se por um lado fiquei aliviada, por outro fiquei estarrecida. Esmagado?




Por acaso o médico era super simpático e ainda me disse:

 - "Uma das torturas da pide funcionavam assim. Sabe como fazemos para tirar o sangue que está sobre pressão na unha? Aquecemos um clips desses de escritório num isqueiro e furamos."
Pois furavam, furavam, mas não na minha unha!


Disse-me ainda para manter a mão sempre junto ao pescoço para o sangue não estagnar ali.

Vim para casa com duas caixas de "Algimate" e votos de boas melhoras...  essas é que não se vêem.
Cada vez que tento mexer o dedo parece que a carne se quer despegar da unha. Arranjei aqui um belo serviço.

Tentem pintar os olhos sem este dedo.
Engomar, acender um fósforo ( fartei-me de procurar um isqueiro, mas logo agora o jeitoso deixou de fumar!), estender e apanhar roupa... Bolas, é só um dedo e tanta dor!


Obrigada pelas vossas palavras de apoio nos comentários, agora vou andar assim ainda uns tempos.
Beijinhos

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Coisas de quem não é capaz de estar sossegada

Isto era o tecido dos cortinados do meu quarto em pequenina.
A minha mãe muito prendada fez a capa de edredon, duas almofadas com folhinhos e dois cortinados.


E isto é o estado em que ficou o me dedo depois de trocar o móvel que estava no escritório para a sala e o da sala para o escritório.




"Se não podes com ele, junta-te a ele".
Então pensei que como este é bastante maior que o outro, ponho-o na sala, pinto de branco e forro as gavetas.
Telefonei a uma amiga e pedi-lhe que viesse cá para me ajudar a tirar o móvel pela janela (era a única maneira), o jeitoso estava em casa mas eu não queria ouvi-lo.
Depois de levar-mos as miúdas à escola, pusemos mãos há obra. Tirá-mos tudo de dentro dos armários ( e não era pouca coisa ), abrimos a janela, eu fui lá para fora e ela estava cá dentro a segurar o móvel para eu o puxar para a rua.
O raio da porta do armário abriu-se, entalou-me o dedo... Como estava na rua comportei-me como uma senhora. Pedi-lhe para ir chamar o meu marido que estava no quintal com uma rebarbadora. A rapariga parecia que estava com medo dele, deu a volta e foi segurar no móvel.
Lá fui eu agarrada ao dedo chamá-lo.



Depois do móvel no lugar é que me pediu para lhe mostrar o dedo, e com aquele ar de gozo ainda me disse: "Épa uma mulher sem unha é uma vergonha. Isso agora vai ficar negro, e cai, depois é que nasce uma unha nova." É mesmo um amor!
"Espero que da próxima vez que pensares em mudar um móvel te lembres dessas dores"

Estava capaz de o triturar na liquidificadora!!

Agora são umas dores insuportáveis, e o dedo no triplo do tamanho. Parece que tenho o coração a palpitar aqui...



Não precisamos de cinco dedos, bastariam três: o polegar e mais dois. As próteses mecânicas só usam esses três dedos, pelo menos as que estão disponíveis actualmente, sendo os dedos anelar e míndinho apenas estéticos, sem função.
A mão humana é uma evolução da mão primata, cuja função inicial era agarrar-se nos galhos de árvore. Se olharmos para os animais, vemos que o total de dedos varia de um para outro.
Só o Homem consegue criar, pintar manusear objectos com veracidade, garças à rotação deste dedo.

Resumindo... estou inválida por uns tempos.

( Acreditem que na foto a unha está bastante favorecida.)