quinta-feira, 15 de março de 2012

Vizinhos

Eu não sou uma excelente vizinha, não.

Não sou aquela vizinha que empresta ovos, ou um raminho de salsa, mas também nunca me pediram, nem eu peço a ninguém.
Não sou aquela vizinha que se senta nos degraus da entrada da porta a fumar um cigarro, ou a fazer malha, e vejo quem passa. Mas compreendo que seja uma distração para a 3ª idade.

Sou uma vizinha que para ela, o dia começa às 9 da manhã termina às 9 da noite. Respeito a hora nocturna.

A partir dessa hora, e porque sei que se deve respeitar o próximo, jamais diria à minha filha às 2h da manhã, qualquer coisa do género "tas a levar uma chapada que até andas para trás" não. Até porque acho que o caminho é sempre para a frente e não quero ver a minha filha a andar para trás.

Jamais eu deixaria as minhas filhas cantarem/berrarem na minha cama a um domingo às 7 da manhã, porque as pessoas que dormem no quarto ao lado não têm que acordar quando elas entendem. Deve haver com certeza pessoas que gostam de aproveitar o domingo e descansar mais um bocadinho na cama, em silêncio.

É claro que se por acaso ela estivesse doente, ou tivesse um pesadelo e chorasse durante a noite, eu não iria gritar para ela se calar e perguntar-me "quando é que eu durmo??". Conversaria com ela e tentaria acalmá-la com o menos barulho possível, se ela já estava nervosa não iria acalmar com gritos, com certeza.

Caso eu trabalhasse e tivesse que me levantar às 6.30 da manhã faria o menor barulho possível. Tal como o meu marido que se veste em silêncio, deixa a farda pronta no dia anterior e quando saí me dá um beijo tão leve que nem o sinto.

Jamais, deixaria que a minha cama batesse contra a parede do lado, repetidamente às 4/5 ou 6 da manhã e gritaria de prazer. É certo que até os animais gostam mas até um porco na sua matança tem um gemido irritante, e num exorcismo ninguém grita com tanto prazer por ser possuído.
Além disso ninguém precisa de saber o quanto o meu marido é bom...

Ou mau.
Jamais ordenaria ao meu marido "ála daqui para fora" às 4 da manhã, por exemplo. Esperava que chegassem as 9 horas e nesse caso abria a persiana devagar e diria " Sem não te importas sai". Nunca iria atirá-lo contra os móveis que tanto gosto tenho em pintar (poderiam ficar danificados) ou deixaria que ele fosse para o carro que estacionamos em frente à porta, e partisse o vidro enquanto me chamava nomes que eu não fosse, Todos temos uma imagem a defender...

Jamais eu seria uma vizinha assim.
A minha vida não é nem foi um mar de rosas, grito quando tenho de gritar, aqui em casa também há ralhetes, confusões e discussões, mas respeito sempre a hora nocturna.

É certo que não moro num prédio, e que não se frequenta por aqui reuniões de condomínio, mas deve haver alguma lei na comunidade civil que nos diga algumas regras básicas.



Não sou como o meu marido que quando "lhe contam" alguma história de vizinhos assim se diverte muito, ri-se e diz que é melhor que ir ao cinema... se for o caso ele pode estar a falar comigo, fechar os olhos e em dois segundos está a dormir. Enquanto que eu nem duas horas depois consigo voltar a dormir.

Não sou pessoa de usar este blog para recados, ou indiretas, mas fica aqui registado que se por acaso quando a minha filha nascer:
  • Me apetecer rir e conversar com ela durante a noite, enquanto lhe dou de mamar. 
  • Se ela chorar, seja por que motivo for.
  • Se eu me apetecer uma noite diferente e usar uns saltos altos com umas meias de ligas.
  • Ou me apetecer mandar o meu marido fora de casa.


Peço desculpa...
Não vou ter o menor problema, e ai de quem me vier bater à porta (ou à parede).

Ultimamente tenho pensado muito nisto.

29 comentários:

Paula M disse...

É uma situação delicada! Podes sempre bater-lhes à porta e explicar educada e pacientemente a situação, mas quando são pessoas que nas coisas básicas do dia a dia não têm bom senso, civismo e educação, a reacção pode não ser positiva. Pois, não sei o que te diga! Já passei por isso e era tão mau que tive dificuldades em vender a casa. Também pedi alguma contenção no som e actividades, ninguém me respondeu mal, só não mudou nada...

Boa sorte e tenta ignorar, dentro do possível...o teu marido que diz? Vale a pena falar com os vizinhos?

Beijinhos

Anabela disse...

Por aqui também temos problemas com os vizinhos.
É um apartamento e desde arrastar coisas, musica alta depois das 23h, fazer o amor, discutir... temos de tudo.
Esta semana o Gustavo tem acordado todos os dias com o barulho.
Vou ter que falar com eles!!!
Bjs e Bom Fim de Semana

Formiguinha disse...

Olá Lúcia:) Como estás? E a tua gravidez? Está quase, minha querida:)

Sou assim como tu! Não incomodo ninguém mas por vezes nós somos incomodados. Aguenta-se até um dia...
Moro no meu apartamento vai fazer 4 anos e nunca ninguém me viu (pelo menos durante muito tempo) a falar com alguém. É praticamente só bom dia ou boa tarde e cada um volta para as suas vidas. Também não tenho tempo para mais. Quanto ao barulho fazemos o mínimo possível para não incomodar ninguém. Ao sábado apesar de levantar cedo só começo a aspirar a partir das 09 de manhã e à noite só fazemos barulho ( o normal de uma vida de casa) até às 22 horas daí em diante respeitamos os outros. Meu filho às vezes faz um pequenino barulho e é logo chamado à atenção. Não tenho muita razão de queixa dos vizinhos do lado os de baixo é que são mais barulhentos.
Os do lado têm bebés que, claro, choram mas isso é normal. O meu também chorou. Acho que se houver civismo tudo se compreende.
Por isso acho que não te deves preocupar porque se até hoje nunca incomodaste ninguém não vai ser depois que a tua filha nascer que vos vão dizer alguma coisa:)

Continuação de uma óptima e feliz gravidez:)
Bom fim-de-semana!
Beijinhos

Kyla disse...

Realmente é preciso ter sorte com os vizinhos.
Eu tive esse problema da gritaria às 3h/4h da manhã acompanhado do som da cama a bater na parede, ao ponto de acordarmos no meio daquele barulho (cheguei a confrontá-los, mas de nada serviu).
Cheguei a ter os filhos e amigos (da mesma pessoas) a correrem pela casa na noite de Halloween (festa que abomino), o que levava a minha filha bebé a acordar constantemente. Quando lá fomos a cima, estava a bela da mãe com a porta da rua aberta, no meio dos putos a achar muito engraçada toda aquela confusão, quando já passava da meia-noite.

Tenho uns vizinhos que se atrasam no condomínio, que por falta de pagamento, deixam cortar a luz, deixam selar o elevador e no fim, não se passa nada!

Enfim...há que ter sorte!

Mas lá está, para podermos falar, temos de dar o exemplo.
Eu sempre vivi em prédios e sempre tive a noção de respeito pelos vizinhos.

Beijinhos!

ArtiKoisas disse...

Olá Lúcia
Bem, estou a ver que não tens uns vizinhos fáceis.. Já tive uns desse género, vivo num prédio, e eles viviam no andar de cima. Mas era mais á base de gritaria.. e eu que adoro paz e sossego...
Agora como os teus, chiça! Haja paciência!! Eles não se respeitam uns aos outros é claro que também não vos iam respeitar! Que gentinha meu Deus..
Beijinhos

Su disse...

Bem estou a ver que tens tido umas noites muito interessantes. Penso que nunca tive grandes problemas com os meus vizinhos sempre foram educados. O mês de Agosto é pior porque os miúdos não têm horários e ficam na algazarra até as tantas mas como eu nunca me deito antes da meia noite nunca foi um grande problema.

Um grande abraço

Ana disse...

Bolas, rapariga, há gente que não tem o mínimo respeito. Eu acho que deixei de ser uma boa vizinha depois de ser mãe pela segunda vez, pois os meus filhos juntos são uma animação. Mas, o respeito do silêncio, depois das 21h30, até às 7h30, mantém-se.
Já não posso dizer o mesmo dos vizinhos de baixo que usam e abusam do surround, até às duas da manhã, quase todos os dias (não percebo as rotinas deles). Ou que, uma vez ligaram o berbequim às 23h15 e, os meus filhos acordaram em pânico. A partir desse dia, deixei de me preocupar com eles e se tiver de fazer barulho, faço.

Calminha e boa sorte.

Beijinhos e um especial na barriguinha linda :)

Elix disse...

Eu acho que as pessoas estão a perder o respeito pela liberdade dos outros, cada vez mais existe um egocentrismo maior e maior... as pessoas só pensam nelas e não pensam no vizinho, no colega... ás vezes nem na própria família... é tão triste!

Sol disse...

Querida Dama, estou totalmente de acordo. Identifico-me com aquilo que escreveste. Revi-me no teu post.

Beijinho

MEIREANDAK disse...

oi lúcia já tive proplemas parecido na outra casa que temos [está alugada]eram brigas, maquinas de costura industrial ligada as quatro da manhã e quando estava-mos dormindo alguem da casa dela fala que era para respeitar, a cínica ainda respondia se eu já levantei a algumas horas porque eles tem que ficar dormino,foi umas das razões de ter mudado não aguentei. aqui no sobrado moro de parede a parede e não temos problemas ,pois existe respeito de ambas as partes .é muito difícil conviver com pessoas mal educadas e inescrupulosas,só posso desejar muuuita calma porque é difícil .bjs querida

Anónimo disse...

Fogo.......Tens uns vizinhos do pior,com a vinda do bébé vai ser mau.
Bjs
xana

PINTA ROXA disse...

Eu não me posso queixar, dos vizinhos, os meus tambem não podem, tento sempre de noite fazer o menos barulho, até porque tambem não consigo dormir com barulho.
Mas sei como isso há uns anos comprei uma casa novinha em folha e só morei lá 6 meses. o barulho era tanto que não dava nada....

Ju disse...

Ahahah Está um texto muito engraçado :)
Realmente há pessoas que nem as pensam.

Beijinhos

Dama das Camélias disse...

Pois é verdade, parece que o respeito aqui vai passar a ser mútuo. O problema é que são casas geminadas e os meus vizinhos do outro lado são uns santos! Só sei que estão em casa se os vir no quintal ou se o carro estiver à porta.
De maneira nenhuma quero fazer uns pagarem pelos outros.
Também não quero bater à porta de ninguém porque esta gente bem sabe que a construção é antiga e tal como eu os oiço, eles também me ouvem.

Vamos ver se têm o azar de me dizer alguma coisa....

Obrigada pelos vossos comentários!

Dama das Camélias disse...

Tens toda a razão, se ela não respeita o marido e as filhas, alguma vez vai pensar em mim??

Dama das Camélias disse...

Pois é, se a vou confrontar, o mais certo é armar uma peixeirada na rua! A senhora é mesmo do tipo de mão na cintura e tudo. O pior é que eu também sei descer dos saltos e não tinha problema com isso.

Dama das Camélias disse...

Está quase, quase Formiguinha!!

Obrigada pelo teu comentário, aqui também estamos quase há 4 anos e nunca me vêm falar com ninguém, salvo algumas mães dos meninos da escola da minha filha. De resto é bom dia e boa tarde, não quero ser mal educada, mas não tenho tido muita sorte com vizinhos.... acabam por não me largar a porta.

Dama das Camélias disse...

Quando oiço o raio da cama a bater na parede e por acaso estou a dormir com a minha filha (numa das noites que o meu marido está a trabalhar a noite toda) só penso "se a miúda acorda e me pergunta que gemidos são estes o que é que eu respondo!???"

Boa sorte com os teus vizinhos....

Dama das Camélias disse...

A sorte é que ao que parece já a conhecem, isto é uma aldeia pequena... mas não vale a pena falar com ninguém. O mais certo era fazerem pior ainda.

O meu marido diz que nem vale a pena, não quer desavenças mas se por acaso um dia nos baterem à porta então vamos ver como correm as coisas. Bem não há-de ser com certeza.
Esta noite dormi apenas duas horas!

Caminhante disse...

Olá Lúcia, já tive uns vizinhos que não suportava, agora tou no descanso :)
Há pessoas que não sabem mesmo o que significa respeito..
Como está a tua gravidez? Tá tudo a correr bem? Já tá quase certo?
Muitos beijinhos

Anónimo disse...

DANIELA

Bem tens cá uma animação constante, uiiiiiii, isso é que são uns amores de vizinhos. :)
Aqui em termos de vizinhança nem me queixo, porque pelo que já li por aqui há casos bem piores. O mais chato no próprio prédio é a vizinha do 3º andar (o meu é 1º) chegar a casa seja a que horas for e subir as escadas de acesso ao 2º andar (esse apartamento é duplex) que são de madeira com saltos a trotar que nem uma égua em pleno desfile da guarda. Se eu oiço no 1º, imagino a desgraçada que mora no 2º andar. E esses mesmos em questão deixam cair as persianas seja a que horas seja e acordam o prédio todo (eles não as fecham, deixam mesmo cair, nem sei como ainda estão funcionais).

Agora o que me faz pensar na barulheira que deve ser dentro do próprio prédio, é o barulho que uma menina do prédio ao lado, que também deve morar no 1º andar, faz em pleno acto, socorrrrroooooo. Se estamos separadas por duas paredes de dois prédios, e nós no nosso quarto ouvimos o barulho da cama a bater na parede (já deve ter buracos)e os gritos histéricos da menina (que deve ter cá uns pulmões dignos de uma cantora de ópera), que se ouvem super bem no meu prédioque é geminado do outro, imagino as pessoas que moram no referido prédio, nessa noite ninguém dorme no prédio só pode (ainda por cima há várias crianças no mesmo, que lindo que deve ser o espectáculo), é um aaiii o tempo todo e depois caba com um aaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh contínuo e estridente, que faz levantar até as pedras da calçada, credo. Mas acho que devem ser estudantes, porque acho que nenhuma mulher com M maiúsculo,gostaria de ter o prédio todo (e o do lado, mas essa parte não deve saber)a saber da noite de festa que tiveram (porque até fica mal, todos fazemos, mas não de forma a que toda a vizinhança tenha de saber).

Mas é como eu digo, depois de ler aqui outros relatos, é melhor nem me queixar. :)

Beijinhos

Patrícia disse...

LOL! Ai Lúcia! O que já me ri com o teu post! Eu, apesar de morar numa vivenda, ela é geminada de um lado e se eu até sou do género que levanto muitas vezes a voz para a Daniela (principalmente à sexta feira, na "luta" dos tpc's) também sou do tipo de achar que a partir das 10 da noite e até às 9 da manhã deve haver o menor ruído possível para não perturbar o descanso alheio! E acredita que até nas vezes que a Matilde chorava de noite para mamar, ficar apreensiva pelo facto de poder acordar o miudo da minha vizinha.
Mas no entanto, eles, os vizinhos, não se coibem de furar, martelar (o meu marido diz que aquela casa deve parecer um queijo suiço!!) seja a que horas for! Ou então qd chegam a casa, sempre após as 10 da noite, sabendo que a dani já dorme, permitirem que o miudo brinque e fale como se fosse de dia!
Portanto, minha amiga, percebo perfeitamente o teu "desabafo"!
Eu acho que é uma questão de educação e bom senso. Mais do que morar num prédio ou numa vivenda ou numa roulote! :) :)

Dama das Camélias disse...

O que me consola é saber que não sou a única com vizinhos assim, mas de facto a sociedade civilizada não é para todos.
Espero por melhores dias porque estes últimos têm sido ... o melhor é nem falar.

Beijinhos :D

Deusa disse...

Nada como gente sem conciência para tirar a paciência da gente,tem pessoas que não deveriam morar em comunidade,deveriam morar separados.Eu sempre morei em predio,mas já tive vizinhos que VALHAMEDEUS,parece que o caus vivia lá,todo mundo tem dias ruins,ou mais barulhentos,mas tudo tem sua hora,a noite e feita para se dormir ou respeitar quem dorme,a manhã da mesma forma....e tenho certeza que ninguém esta querendo saber a quantas andam a casa do vizinho....
Também sou o tipo de vizinha que ninguém sequer vê,a não ser no elevador por puro acaso,eu e meu marido fazemos questão absoluta de manter discrição sobre nossas vidas,nossa filha não sai gritando a noite ou pela manhã,não uso salto na madrugada,pois e claro que faz barulho...são tantas as conclusões que chego,uma delas e que e muito dificil se viver em prédios ou casas germinadas,porque nem todo mundo tem educação.
Toda hora penso em ti,e a nenem pra quando será?
Deusa

Cláudia disse...

Teria tanto para dizer sobre este assunto. Nunca tive muita sorte com vizinhos e acho que já passei por 90% das situações que referiste. É absurdo a falta de educação, respeito e civismo de tanta gente por esse mundo fora.

minimilk disse...

este tópico faz-me medo, e digo-o por várias razões.

já vivi num prédio onde uns vizinhos (casal com os seus 50 anos) tinha sexo a qualquer hora do dia ou da noite, faziam uma gritaria desgraçada e só me dava para rir.

Vivo agora num prédio onde oiço cães a ladrar, filhos dos outros a chorar (e porque não assumi-lo, irrita e não é pouco), barulhos de toda a espécie.

E confesso que o ruído que ouvi que mais feliz me deixou foi, baixinho, o de duas pessoas a fazer amor. Porque o problema mesmo a sério é ouvir-se tudo quando não se devia ouvir. Acho horrível quando as pessoas dão pancadas nas paredes, como que a estragar o prazer dos outros (sobretudo quando é de noite). Não sei se faço muito ou pouco barulho, mas essa paranóia do incomodar os vizinhos chegou a prejudicar a minha vida sexual. Como se eu, por gemer, fosse uma porca, uma depravada, uma tarada. Como se sexo fosse uma coisa má e porca. Afinal, se eu oiço o meu vizinho de baixo a fazer xixi, o que não ouvirá ele de mim...

Isto para dizer que, se acham que ouvem demais, não custa nada fazer como a minha vizinha do lado. Eu fico a trabalhar até às 4, 5 da manhã no computador, volta e meia falo ao telefone com o namorado, oiço música, etc. Claro que baixinho. Mas claro que não tenho a noção. Ela pediu-me delicadamente para ter cuidado, porque no quarto dela se ouviam todas as conversas que eu tinha. Não sabia, passei a falar na sala onde não corria esse risco.
Fico francamente satisfeita por saber que a política deste prédio é: vive e deixa viver, tudo menos gritaria e pancada (discussões). Concordo. Quero lá saber se o miúdo do quarto abaixo de mim ouve música metal no máximo aos fins de semana (até dá jeito se tenho o namorado cá em casa ;D ), se o cão do vizinho ladra porque o cão da frente se pôs a ladrar às 4 da manhã, se o diabo do miúdo do prédio ao lado (!!!) chora, ora de fome, ora de fralda suja, ora de manha (não sou mãe e já sei distinguir as três!!!). Não me importo que se a minha vizinha está a fazer amor às 2 da manhã e lhe sabe bem se oiça um "huuuuummmm tão bom" mal escondido. Porque é um prédio que vive. De gente que vive. E tenta respeitar-se.
Se o fazer amor dos outros vos incomoda, experimentem simplesmente falar com civilidade com as pessoas. Dizer, por exemplo, que se ouve demasiado barulho de noite, sem precisar de especificar. Isto porque, ou eu tive muita sorte e vim parar a um prédio de gente que se compreende e sabe que tem que se respeitar entre paredes de papel, ou então tenho uma visão demasiado descontraída e pacífica da vida.

Paz e boa sorte para o parto!

Dama das Camélias disse...

Obrigada pelo teu comentário Minimilk, de facto é uma sorte saber que somos todos pessoas vividas, mas no meu caso isto e mesmo demais! E dispenso ouvir gemidos que me acordem durante a noite :) fico contente que do outro lado estejam a gostar, mas quanto a mim prefiro a ignorância e detesto, mas detesto mesmo que me acordem!

Ao falar educadamente... por aqui não há hipotese.

:D

minimilk disse...

Pois, acho que isso também depende muito do meio onde se vive. A minha madrinha passa horrores com a vizinha de baixo, que é uma gritaria no sexo que não se aguenta. Só acho que tentar não custa, pelo menos para que se saiba que não temos interesse em saber a que horas e quantas vezes por dia os outros fazem sexo.

Muitas vezes parece-me que o conflito entre vizinhos pelo barulho passa por não se colar uma cara e um nome à pessoa. Um exemplo: o meu vizinho de baixo. O tal que oiço a fazer xixi (lol). Antes irritava-me muito porque ouvia o despertador dele no máximo, a apitar durante quase uma hora como se fosse uma sirene. Não sabia que era o dele, só sabia que alguém tinha uma sirene a tocar 1 hora antes de acordar.

Entretanto, conheci o pai dele. É um rapaz com 20 e poucos anos, que trabalha numa fábrica durante o dia e estuda numa faculdade à noite. Realmente, oiço-o chegar ao quarto dele (debaixo do meu) por volta das 2 da manhã. O pai disse-me que o filho é um dorminhoco e não acorda, ou então vai desligando o despertador. Na verdade, ele dorme 6 horas por dia, trabalha e estuda. Não admira que lhe custe a acordar. De repente, tanto o despertador como a música metal que ele gosta de ouvir aos fins de semana deixaram de me irritar. Porque pus-me do outro lado.

Não sei como se passa com a vida dos outros, mas no meu caso só tenho o namorado cá em casa quando ele pode, às vezes a meio da semana. Como não temos muito tempo para estar juntos, gostamos de ficar na conversa na cama, à noite. Às vezes rimo-nos. E, claro, fazemos amor. Se calhar para quem ouvir risotas e eventualmente alguns gemidos é capaz de rogar pragas. Mas se souber que só nos vemos de vez em quando, que não estamos sempre juntos e por isso aproveitamos os bocadinhos, talvez pensasse de outra forma.
Do mesmo modo, houve um miúdo cá no prédio que berrava toda a noite. Crianças a chorar é capaz de ser das piores coisas que existem, porque acordam facilmente um prédio inteiro (se calhar para quem é/quer ser mãe isto é desculpável, mas os graus de irritação de cada ruído dependem de pessoa para pessoa). Refilava para dentro, a maldizer os pais que não calavam o miúdo. E afinal a criança era um bebé com graves problemas de saúde e estava em sofrimento, independentemente dos cuidados dos pais.

Por isso, repito: ponham caras nos vizinhos, tentem saber a história e sentir empatia.

Ps. quanto às camas a ranger/ bater na parede: solução melhor do mundo é:
1. amortecedores de cadeiras coladas à parte de trás da cama/ cabeceira, além de afastar um pouco a cama da parede;
2. os mesmos amortecedores autocolantes nos pontos em que o estrado de madeira toca a moldura da cama; assim não range.
3. entre o estrado e o colchão, colocar um edredon ou cobertor (o que eu tenho foi um baratíssimo do ikea que serve muito bem para o efeito).

É que realmente não há coisa pior que camas a ranger. Basta mexer uma perna para parecer que estamos a dar uma festa em cima do colchão :)

Beijinhos, e deixo a dica. Tenta falar com a vizinha mesmo assim, especialmente quando a bebé nascer (há sempre a desculpa de ela ser um bocado sensível a ruídos ;) ). E se uma criança ouvir barulho e perguntar... bem, é sempre uma maneira de explicar de onde vêm os bebés :D ahahah

beijinhos!

Cor de Chá disse...

Depois de ler este teu post e imaginar o martírio que por aí vai, posso dizer que nunca mais me queixo do barulho que vem do bar colado a minha casa. Enfim, não há respeito por ninguém!

Beijinho grande e espero que tudo corra bem.