sábado, 8 de setembro de 2018

6 anos... 1º ano no ciclo - desabafo

Seis anos, passaram-se 6 anos a correr, sem que desse por isso a Vi já vai entrar no primeiro ano do ciclo. Deixei de ter uma bebé em casa.

Adorei o tempo que estive com ela, valeu por cada centimo perdido. Este tempo que estive em casa com ela (e a irmã) não trocava por dinheiro nenhum. Se não me fez falta? Fez, muita, mas não temos avós nem familiares para ficar com elas. Além disso, e as nossas conversas? As nossas brincadeiras, os berros, os risos, os trabalhos da escola da mais velha, os lanches com os amigos, os nosso bolos?

Quando era miúda, eu e os meus irmãos ficávamos com a minha avó materna durante a semana para os meus pais trabalharem. Ao fim de semana com a avó paterna, para a minha mãe poder arrumar a casa e fazer tudo o que não conseguia durante a semana, inclusive adiantar as refeições. Não era mau de todo, nós queríamos era brincar e sempre éramos 3 com o meu primo 4 e  a avó deixava-nos fazer tudo.

As minhas filhas não cresceram com os primos, nem têm primos direitos, mas sempre foram miúdas felizes. Tenho o maior orgulho nelas, no que se tornaram.






Fui mãe (e ele pai) com 21 e 31 anos éramos dois miúdos e criamos dois seres maravilhosos. Apesar de ter dado colo a duas primas ter mudado fraldas, sabia lá eu ser mãe com 21 anos!
Não foi fácil, os primeiros tempos da Catarina com família por perto, eu sou a verdadeira mãe leoa, não largo um segundo não aceito sugestões que não me pareçam bem, nada. Sou eu e eu é que sei... ainda hoje é assim. E não me tenho dado mal.


A Catarina ficou com a bisavó com 6 meses até fazer um ano, a bisavó dizia que não podia ficar mais com ela, no entanto ainda hoje toma conta de dois outros netos... partiu-me o coraçao e pensei mesmo vender um rim para não ter que trabalhar e ficar com ela, mas acabei por deixa-la numa ama. Berrava ela de um lado da porta e chorava eu do outro. No fim do dia quando a ia buscar estava feliz da vida e eu tinha estado o dia inteiro com o coração apertado.
A Vi esteve comigo em casa desde sempre, aos dois anos foi quando a deixei 10 minutos em casa da minha mãe e subi a rua sozinha para ir comprar pão. Foi uma sensação que ainda hoje me lembro. As avós nunca fizeram muita força para ficar sozinhas com ela, não era uma bebé muito fácil chorava imenso. A Catarina ficava qualquer uma das avós, mas elas trabalhavam imenso e não podiam. Há quem só veja o trabalho, eu só vejo as minhas filhas.



Elas dependem de mim, sim.
E eu delas.

A dor ao pensar que não precisam de mim é demasiado forte, enquanto eu estiver aqui elas vão poder contar sempre comigo. São as duas autónomas, a Catarina sabe fazer tudo em casa (comer... ela diz que não passa fome, mas só mesmo ela é que consegue comer, nem todos nascemos com mão para a cozinha, eu só aprendi depois dela nascer). A Victória é muito independente se quer uma coisa vai buscar e faz (ás vezes mesmo sem autorização!) sabe fazer o eu pequeno almoço e já se limpa sozinha, ahahah muito importante, na escola dos crescidos ninguém chama a mãe!
Este ano foi o primeiro ano em que tive vontade que fossem de férias com as avós, termos a casa neste estado não tem sido fácil mas sei que ao fim de três dias estava a suplicar para que voltassem.




6 anos Vi e a tua nova etapa começa agora, é a tua segunda escola mas vai correr bem já conheces os meninos do ano passado.







kaka que sigas o teu sonho e sejas sempre essa miúda doce e feliz




Acho lindamente a ideia das mulheres independentes, trabalhadoras, que procuram igualdade, mas as que gostam de ser mães não devem ter menos valor por isso. e sou criticada tantas vezes.
E quando me perguntam isto, É ISTO QUE TENHO VONTADE DE RESPONDER:






E se perguntarem "se calhar ainda querias receber dinheiro por estar em casa, não?!"
Queria. Eu até vivo com pouco, mas muita gente trabalha fora e paga a quem lhes faz o serviço doméstico, e paga a quem lhes toma conta dos filhos. No final trabalha muito, mas nem ganham assim tanto.

8 comentários:

Marisa Reis disse...

Fiquei de lágrimas nos olhos... As tuas miúdas são lindas e têm uma sorte imensa por te ter como mãe.
Tens que postar uma tour pela tua casa nova em vez de ser só no Instagram.
Tens um desafio no meu blogue. Bjs

Carina disse...

O tempo passa a correr! Tem duas filhas lindas.
Boa sorte para a Vitória! O meu pequeno também entra este ano para a primária!
Felicidades para os 4!
Beijinhos :)

urmystars.blogspot.pt disse...

E porque não? Está-se a educar os jovens para uma futura vida ativa. Depende muito da educação em casa, a sua atuação no futuro. Devia haver pagamento sim!
Não porque precisemos que nos paguem por educar os nossos filhos, mas porque merecemos! E não quer isto dizer que só os educamos à espera de recompensa... mas até é... a recompensa de os ver felizes, independentes e decentes.

conceicao disse...

Lucia as filhotas são lindas.
Felicidades por esta nova etapa. Bj

Debora disse...

Lindo seu post! Lindas suas filhas! Também achei difícil ver meu filho crescendo e mudando de fases. Tenho saudade de quando ele era pequeno, mas por outro lado hoje ele participa, conversa, faz piada... Cada idade tem seu encanto.
É verdade que "ser mãe" é uma tarefa um tanto desvalorizada. Falam como se fosse sinônimo de não fazer nada. Mas adorei essa história que você postou, um dia ainda vou dar uma resposta assim!

nat. disse...

Querida Lúcia... És tão especial!
Tivesse eu metade, um terço da tua coragem...
Admiro-te muito!

Beijinho, e um bom ano para a princesa Vi! ♥

Fascínio pelos Pontos disse...

Eu admiro muito as mães e qualquer dona de casa :)
É um trabalho iguais a tantos outros, com a diferença que esse não é reembolsado, infelizmente :)
Todos temos direito a fazer as nossas escolhas, e a tua escolha trouxe-te alegria e é isso que é importante Lúcia :)
Tem duas filhas lindas e é uma lutadora :) E esta reconstrução desta casa é a prova disso mesmo :)
Vocês são uns lutadores, tudo de bom :)

Anónimo disse...

Parabéns pela coragem de escrever isto!
Beijinhos, carla Teixeira Guedes.